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É no cenário resultando da união da Escola de Geologia e do Instituto de Geociências - trazido na sua transição de ambas instituições para o Campus Recife - que a vida do atual Museu de Minerais e Rochas floresce, sendo constituído pelos acervos do “Museu de Minerais, Rochas e Fósseis”, da Escola de Geologia e pelos acervos do Museu de Minerais e Rochas, do Instituto de Geologia – de quem herdou o nome.

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O Museu de Minerais, Rochas e Fósseis (MMRF) é espaço que sucede ao “Museu de Mineralogia”, mencionado no Relatório CAGE de 1958, cujos criadores são desconhecidos. O MMRF é resultante da ampliação das atividades da Escola de Geologia e de seu acervo, tendo como seus criadores os professores Adusumilli Baskara Rao[1] e Maria do Perpétuo Socorro Adusumilli. Em relato escrito transmitido pela professora Maria do Socorro Adusumilli (2007) à atual diretora do MMR (Profa. Sandra de Brito Barreto), o “Museu de Minerais, Rochas e Fósseis” surge como “consequência natural” às “necessidades do ensino” e acumulação de “amostras trazidas de excursões”, a fim de “abrigá-las”. Seu acervo foi composto por amostras adquiridas de colecionadores, acervos particulares de professores, doações de simpatizantes e de estudos em campo.

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O “desenvolvimento e melhoramento” do MMRF foi propiciado pela vinculação do professor Baskara Rao às disciplinas que entravam em sintonia com o conteúdo e missão do museus, entretanto, a organização das amostras (registro e classificação) e da expografia das vitrinas é atribuída a professora Maria do Socorro, a qual esteve nessa frente de trabalho desde a transferência do acervo do edifício da rua do Hospício para o da rua Dom Bosco. Nessa mesma época, é designada a auxiliar-técnica Josefa Fernandes Veloso para ajudar nas diferentes tarefas do Museu, em especial “arranjo e conservação das vitrines do museu, bem como zelava pela ordem, manutenção do acervo, orientação de visitas e anotações das mesmas” (ADUSUMILLI, 2007).

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Não diferente do Museu de Minerais, Rochas e Fósseis, o Museu de Minerais e Rochas do Instituto de Geologia, criado pelos professores Silvio da Cunha Santos e Cláudio de Castro, detinha uma organização apropriada para sua função, realizando atividades de acolhimento de amostras e de visitação ao acervo de mesmo modo ao realizado por seu contemporâneo. Sua configuração é apresentada pela publicação “O que é o Instituto de Geologia da Universidade do Recife”, produzido em 1963, pela própria Universidade:

 

MUSEU DE MINERAIS E ROCHAS

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Criado o INSTITUTO DE GEOLOGIA foram reunidas amostras mineralógicas e petrográficas procedentes das seguintes unidades: Facculdade de Filosofia de Pernambuco, Escola de Engenharia de Pernambuco e Escola Superior de Química. Atualmente, o MUSEU DE MINERAIS E ROCHAS possui mais de 2000 amostras, distribuídas em diversas coleções sempre aumentadas com as contribuições das excursões. Para melhor entendimento com visitantes, e, também, para facilitar o aprendizado dos alunos são expostos junto aos minerais modelos (sic) coloridos que representam a estrutura das moléculas e os elementos de simetria que possuem os minerais em exposição. O MUSEU é franqueado a todo o público interessado no assunto, alunos dos Cursos Médio de várias escolas que, em grupo, recebem aulas práticas das cadeiras que dizem respeito à geologia

 

O MMR atual não apenas herdou o nome do museu do Instituto de Geologia[2], mas seu mobiliário e método de organização do acervo. Ainda, é deste museu a maior parcela de amostras que atualmente são mantidas em diversas coleções, com especial destaque às coleções nomeadas de Silvio da Cunha Santos (206) e Cláudio de Castro (305)[3] – apenas duas coleções didáticas superam estes números, Hélio Grimberg com 915 objetos e Fritz Krantz com 338.

A atual estrutura do MMR é resultado da reforma do ambiente que já ocupava antes de 2004 – ano de início de sua reestruturação para reabertura no ano de 2007[4] - localizado no prédio “anexo” do Departamento de Geologia – conhecido também como módulo de geologia – e da realocação, neste mesmo local, de parte de seu acervo, anteriormente dispersos nos corredores dos Departamentos de Geologia e de Engenharia de Minas. Não se sabe exatamente quando o acervo do MMR foi alocado neste ambiente, porém a placa de inauguração do módulo e museu é datada de 1987[5]. Agregado a este ambiente do módulo, onde está exposto para visitação o seu acervo, o MMR, mantém um laboratório de conservação e documentação. Seu acervo é composto por 5000 amostras geológicas, mais de 400 equipamentos e instrumentos científicos, além de fotografias, livros e documentos que estão em etapa de reconhecimento e registro (BARRETO, 2011; 2013).

 

[1] O nome Adusumilli, do professor Baskara Rao nos documentos históricos aparece mencionado primeiro, entretanto, em outros documentos mais recentes, ele aparece por último. Ainda não se sabe a razão desta modificação, porém, se preferiu manter a referência ás primeiras aparições de seu nome.

[2] Acredita-se ser esta a versão correta da nomeação atual do MMR, porém, documentos encontrados recentemente indicam que a existência do Museu de Minerais e Rochas na Escola de Geologia ainda no ano de 1967.

[3] Considerando apenas amostras geológicas, assim, excluindo equipamentos, utensílios, documentos e livros.

[4] Durante os anos de 1996 e 2004 o Museu manteve-se sem atividades contínuas de visitação, porém, não foi completamente fechado, estimulando tentativa de retirá-lo do estado de descanso.

[5] Informações a respeito estão sendo pesquisadas em livros de atas do Departamento de Engenharia de Minas, que abrigou o museu até o ano de 2003.

Criada em 1957 pela Companha de Formação de Geólogos (CAGE) o Curso de Geologia emerge em um contexto cuja demanda sobre profissionais da geologia era crescente (RAMOS, 1998; SIAL, 2007), em parte, procura esta estimulada na época pela recente criação da Petrobrás (1953). Até então, apenas cinquenta profissionais atuavam em todo Brasil nas atividades que se relacionavam à geologia, “eram autodidatas, oriundos dos cursos de História Natural, engenheiros e geólogos formados no exterior, todos brasileiros ou não.” (BARROSO, 1996, P. 144). Ficava evidente, concordando com Barroso (1996), a necessidade de formação de maior corpo técnico e científico para trabalhar na área e “explorar” os abundantes recursos minerais do território brasileiro.Conforme documentação em poder do MMR, a Escola de Geologia do Recife foi incorporada à Universidade Federal de Pernambuco em 15 de abril de 1965, através da Lei 4.618[2] (UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO, 1966). Anterior a essa data, vinculava-se à Universidade do Recife, instituição precedente à UFPE no ensino universitário no Estado de Pernambuco (UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO, 2016, on-line). Porém, mesmo com essa incorporação, a Escola de Geologia não se deslocou imediatamente para a sua atual localização, estando por último localizada na Rua Dom Bosco. A mudança, de fato, só ocorre no ano de 1969 quando, ao ser unificada com o Instituto de Geologia, forma o Instituto de Geociências, que posteriormente se desmembra em dois departamentos: o de Geologia e o de Engenharia de Minas; ao primeiro fica atrelado o Curso de Geologia no Campus Recife da UFPE, ocupando as dependências do prédio do CTG.

 

[1] As outras escolas foram criadas em Porto Alegre, São Paulo e Outro Preto. Um ano depois, foram criados os cursos em Salvador e Rio de Janeiro. (SIAL, 2007)

[2] Datas e leis indicadas em documento sem título mantido pelo Departamento de Geologia e que está em processo de higienização e análise de conteúdo no Museu de Minerais e Rochas.

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